quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Periodontite: um gatilho para o Hashimoto ?

Link para o artigo original: http://www.thyroidpharmacist.com/1/post/2013/08/periodontitis-a-trigger-for-hashimotos.html

"PERIODONTITE: UM GATILHO PARA O HASHIMOTO?


A teoria do mimetismo molecular relacionado a autoimunidade sugere que células bacteriais ou outros "gatilhos" microbianos tem uma aparência similar à de células que compõem as partes do corpo humano, ou "auto-antígenos".

Quando tais bactérias estão presentes, o sistema imunológico ataca não apenas elas, mas também partes do nosso organismo que podem ter proteínas de aspecto semelhante. Um dos exemplos mais conhecidos desta teoria em ação é causado pelas bactérias responsáveis pela infecção comum da garganta (faringite estreptocócica). Em alguns casos, especialmente quando a infecção não é tratada com antibióticos em duas ou três semanas, o sistema imunológico irá começar um ataque contra a bactéria Streptococcus. Infelizmente, estas bactérias possuem componentes que se parecem com válvulas cardíacas, e, assim, o sistema imunológico, inadvertidamente, começa a atacar as válvulas do coração também.

Esta condição, conhecida como febre reumática, pode ser letal e muitas vezes requer um transplante das válculas cardíacas. O ator Arnold Schwarzenegger provavelmente é o indivíduo mais conhecido que foi afetado por essa condição e que, como consequência, precisou passar por um transplante das válvulas do coração.

PERIODONTITE:

Bactérias encontradas em nossas bocas responsáveis por causar preriodontite foram apontadas como possíveis contribuintes para o desenvolvimento de artrite reumatoide e tireoidite de Hashimoto devido ao mimetismo molecular. Estas bactérias induzem uma resposta inflamatória em nosso organismo e causam um aumentam do IL-6, um marcador inflamatório do tipo TH-1, associado a ambas as doenças autoimunes citadas acima.

A periodontite é uma inflamação que pode levar à retração das gengivas, amolecimento e eventual perda de dentes. Esta condição é comumente encontrada em pacientes com Hashimoto e pode ser agravada pelo fluor - a mesma substância acrescentada à água e às pastas de dentes para prevenir as cáries.

O mecanismo funciona da seguinte maneira:

A ingestão de alimentos açucarados e ricos em amido, chás, café e refrigerantes causa uma alteração no pH da boca -> Alguns tipos de bactérias começam a se proliferar -> As bactérias formam biofilmes para se proteger da remoção mecânica, como a que é feita através do fluxo salivar ou da escovação dos dentes -> Os biofilmes causam um acúmulo de placa bacteriana nos dentes -> As bactérias presentes nestas placas fazem com que seja disparada uma resposta autoimune do organismo, resultando na inflamação da gengiva.

Os sintomas podem incluir: sangramento das gengivas (principalmente ao escovar os dentes e passar fio dental), inchaço das gengivas, retração gengival, acúmulo de placas bacterianas, dentes moles e mal hálito.

O QUE FAZER?

Promover mudanças na dieta, criando um ambiente mais alcalino na boca, utilizar probióticos orais, fazer bochechos com óleos como o de coco e/ou de gergelim, por exemplo ("oil pulling"), utilizar aparelhos de "water picking", também conhecidos como irrigadores bucais (uma espécie de "escova" de dentes elétrica que, em vez de ter cerdas, dispara jatos de água, como você pode ver nesses exemplos: 1, 2 e 3), consumir suco de cranberry e até mesmo recorrer - com orientação de seu médico ou dentista! - a algum antibiótico apropriado podem ser opções capazes de ajudar a remover as bactérias patogênicas e reduzir a inflamação associada à periodontite que pode estar contribuindo com o Hashimoto.


Dieta

O Dr. Weston A. Price foi um dentista que estudou os efeitos da dieta sobre a dentição e descobriu que os indivíduos que tinham uma dieta "tradicional" possuíam dentes muito melhores e excelente saúde (sem doenças cardíacas, condições autoimunes ou obesidade) em comparação a indivíduos com genética similar, mas que ingeriam dietas ocidentais.

Passar de uma dieta baseada em carboidratos para uma dieta composta por alimentos não processados e não refinados e acrescentar alimentos fermentados e probióticos são atitudes que irão ajudar a rebalancear a flora bacteriana tanto da boca quanto dos intestinos -  mas saiba que este é um processo lento.



Probióticos Orais

Um pesquisador chamado Dr. Jeffrey D. Hillman foi capaz de identificar cadeias de bactérias probióticas de voluntários com dentes e gengivas saudáveis. Ele isolou tais bactérias e as colocou juntas em uma mistura probiótica chamada "ProBiora3", que pode ser encontrada em produtos como Evora-Pro e Probiotic Smile. Este tipo de mistura ajuda a desalojar as bactérias patogênicas e, segundo relatos, clarear os dentes, reduzir sangramentos gengivais, além de reduzir a inflamação e a presença de biofilmes de bactérias patogênicas. Estes probióticos podem ser encontrados na forma de saborosas pastilhas solúveis que podem ser utilizadas até duas vezes por dia, durante 30 a 90 dias.


Irrigadores bucais (water picking)

O uso de aparelhos conhecidos como irrigadores bucais ou water pick pode ajudar na remoção das bactérias patogênicas.



Alcalinizando o ambiente

Cortar doces, refrigerantes, chá e café ajuda a reduzir a acidez da boca. Além disso, escovar os dentes com bicarbonato de sódio durante uma semana (antes de começar a utilizar o bicarbonato de sódio na escovação, consulte seu dentista sobre essa possibilidade) pode ajudar a criar um ambiente alcalino na boca, tornando a sobrevivência das bactérias patogênicas mais difícil.


Bochechos com óleos (oil pulling)

O chamado oil pulling é um antigo tratamento da medicina Ayurveda que consiste em bochechar com uma colher de sopa de óleo de gergelim pela manhã, antes de qualquer outra coisa, durante 5 a 20 minutos, fazendo com que o produto circule por toda boca e entre os dentes, gengiva, língua, até que o óleo fique branco. Em teoria, este método ajuda a quebrar as "casas" das bactérias, que geralmente são feitas de microcápsulas de óleo. Embora a água não seja capaz de penetrar em tais microcápsulas, o óleo, sim, e logo se mistura com as bactérias, tornando-se branco. Após alguns minutos de bochecho, o óleo deve ser cuspido, carregando consigo as toxinas. Alguns outros óleos também são sugeridos (como o óleo de coco e até mesmo o óleo de girassol, de preferência orgânicos e prensados a frio, por exemplo. Evite óleo de canola e outros que são processados com aditivos), mas o de gergelim é o mais tradicional.


Suco de Cranberry

Foram feitas descobertas indicando que o suco de Cranberry possui propriedades antiaderentes e é capaz de dissolver as camadas que armazenam bactérias.


Antibiótico

Há antibióticos específicos utilizados para a periodontite. Curiosamente, existem relatos de algumas pessoas no sentido de terem reduzido os anticorpos Anti-TPO após o uso de determinado antibiótico destinado à tratar a doença periodontal. Consulte seu dentista e seu médico sobre essa possibilidade, caso você tenha periodontite e tireoidite de Hashimoto.








Referências: 

- Propriedades Antiaderentes do Cranberry
- Relação do flúor com doenças da gengiva
-  Patil BS, Patil S, Gururaj TR. Probable autoimmune causal relationship between periodontitis and Hashimotos thyroiditis: A systemic Review. Nigerian Journal of Clinical Practice, Jul-Sep 2011. Vol 14 (3) p253-  Vananda KL, Sesha Reddy M. Indian J Dent Res 2007. 18(2): 67-71
-  Dittman, R. Dental Hygiene. Brighton Baby Book, 201
- Probiotics for Oral Health. Diabetes Self Management Magazine. July 2013
- Westonaprice.org 

sábado, 3 de setembro de 2016

Células imunológicas e TSH


"Células imunológicas e TSH

Dicas de saúde relacionadas ao Hashimoto: células de imunidade e TSH

Olá pessoal! O post de hoje é sobre a interação entre o sistema imunológico e a tireoide.
Ao pesquisar o conteúdo dessa semana, me deparei com algo fascinante que simplesmente tenho que compartilhar com vocês.

Sabiam que o sistema imunológico modula ativamente os níveis de hormônios tireoideanos e TSH? E não indiretamente, mas diretamente.

Células imunológicas produzem TSH

Vejam só: o TSH não é produzido apenas na pituitária. Vinte anos atrás, pesquisadores descobriram que as células imunológicas, de fato, produzem TSH.
Alimente-se conscientemente. Cure seu intestino. Trate as infecções crônicas. Esse não é apenas um problema na tireoide.Onde? Na medula óssea, onde nascem as células imunes, pelas células brancas do sangue e também nos intestinos, quando exposto a vírus, ou quando exposto a toxinas bacteriais, como lipopolisacarídeos (LPS), que podem acabar na corrente sanguínea se você tiver um intestino permeável ou outros problemas de permeabilidade intestinal.

Bactérias aumentam a conversão de T4 em T3   A exposição aos LPS também aumenta a conversão de T4 em T3, acarretando em um aumento local de T3. Isso pode resultar em uma menor produção de hormônio tireoideano.Ademais, duas proteínas imunológicas, IL-18 e IL-12, que também foram apontadas como possíveis causadoras da piora de inflamações no caso do Hashimoto, também produzem TSH.  

O caso em questão 

 Eu estava trabalhando com uma pessoa outro dia que é um exemplo perfeito disso: Os exames laboratoriais dela diziam que seu TSH estava muito alto, e, ainda assim, ela estava tendo vários sintomas de hipertireoidismo (quando deveria estar com hipotireoidismo). Ansiedade, palpitações, variações de humor, ela estava ficando doida.  Uma possível explicação? O fato de ela não manter uma dieta livre de glúten e lactose. Ela consome alimentos que contém tais substâncias, isso causa uma resposta imunológica intensa em seus intestinos, talvez ela esteja exposta a vírus bovinos ou fragmentos virais, e essas células imunológicas produzem TSH. Ele parece alto por causa disso, mas ela está funcionalmente hipertireoideana porque o sistema imunológico "supercompensou". E isso funciona nos dois sentidos, um estado hipotireoidico causa um funcionamento imunológico prejudicado. Ainda há muito que não se sabe sobre isso, mas uma das teorias é de que as células imunológicas produzem uma onda local de T3 e isso causa um declínio sistêmico na produção de TRH e TSH.  Há uma teoria a esse respeito no sentido de que, em casos de infecções e inflamações induzidas pelo sistema imunológico (e doenças autoimunes consistem em um estado crônico de tais situações), o sistema imunológico "desliga" a função tireoideana e, em algum momento, "dá partida" de novo.

Comunicação fora de sintonia
 
Bem, no caso do Hashimoto, a comunicação entre o sistema endócrino e o sistema imunológico está fora de sintonia. O sistema imune pode não ser capaz de "dar partida" novamente. Ou pode não saber quando a "infecção" acabou, devido à inflamação crônica e aos ataques sofridos pelos tecidos. O antígeno é um tecido do corpo. A batalha nunca termina, entende?
Então, o sistema imunológico está constantemente fazendo com que os níveis de hormônios tireoideanos fiquem fora de sintonia como uma tentativa de manter o organismo em um estado metabólico baixo, de modo a ser capaz de se recuperar dessa infecção. Mas pode haver um estado crônico de infecção ou infecções crônicas em curso no corpo. 



"

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Tem Hashimoto? Você pode querer reconsiderar o leite...

Fonte da imagem: Blog Thiago Esser


"TEM HASHIMOTO? VOCÊ PODE QUERER RECONSIDERAR O LEITE

Muito já foi dito sobre o impacto das dietas sem glúten na autoimunidade da tireoide e eu sou uma grande defensora das dietas livres de glúten para condições autoimunes. No entanto, tenho recebido alguns e-mails de pessoas que retiraram o glúten de suas dietas, mas não notaram nenhuma melhora... 

Geralmente, se o glúten era um gatilho para a produção de anticorpos anti-tireoideanos, você deveria notar uma queda significante da quantidade deles, se não uma completa eliminação, em cerca de 3 meses. Se isso não aconteceu, você precisa cavar mais fundo...

Algumas pessoas com Hashimoto podem apresentar uma intolerância similar à doença celíaca a proteínas do leite (whey e/ou caseína), proteínas dos ovos (ovoalbuminas) ou proteínas da soja. Muitos desses casos não são diagnosticados, e conforme as pessoas continuam a ingerir esses alimentos, vão causando danos a seus intestinos e privando-se de nutrientes vitais. Pode soar surpreendente, mas mesmo pessoas que estão acima do peso podem estar completamente mal nutridas e carentes de nutrientes devido aos alimentos que consomem.

Intolerâncias alimentares são diferentes de alergias alimentares...  

As alergias alimentares são mediadas pelo IgE (ou Imunoglobulina E, um tipo de anticorpo do nosso sistema imunológico), tem efeito imediato e são comumente chamadas de "Alergia Verdadeira" pelos profissionais da saúde. Porém, essa terminologia é inadequada e sugere que apenas existem alergias relacionadas ao IgE, e que reações mediadas por outras partes do sistema imunológico são inexistentes.

Eu verifiquei minhas anotações sobre imunologia e adivinha só: Existem pelo menos outros dois componentes do sistema imunológico que reagem a alimentos... Os ramos IgA e IgG. 

Na falta de uma terminologia melhor, as hipersensibilidades relacionadas ao IgA e IgG foram classificadas como "intolerância alimentar" ou "sensibilidade alimentar", mas há diferenças tanto em seus mecanismos quanto em sua propensão a causar dano ao organismo.

Reações alimentares relacionadas ao IgA (similares à doença celíaca)

As intolerâncias alimentares relacionadas ao IgA são mais severas e ocorrem basicamente nos intestinos. Consistem em uma resposta intestinal anormal a certas comidas em indivíduos geneticamente predispostos. As intolerâncias podem se manifestar tanto na infância quanto mais tarde.

Intolerâncias relacionadas ao IgA resultam na inflamação do trato intestinal cada vez que determinado alimento é consumido. Isso resulta em danos aos intestinos, com uma eventual incapacidade de absorver nutrientes, e pode aumentar o risco de doenças autoimunes, câncer, bem como acelerar o processo de envelhecimento através de uma permeabilidade intestinal aumentada.

Esse tipo de intolerância pode ser assintomática ou apresentar os seguintes sintomas: diarreia, fezes amolecidas, constipação, refluxo ácido, má absorção de nutrientes e aumento da permeabilidade intestinal. Também podem causar Síndrome do Intestino Irritável, gases, erupções na pele (incluindo eczema), acne, problemas respiratórios como asma, congestão nasal, dores de cabeça, irritabilidade e deficiências de vitaminas e minerais.

A intolerância relacionada ao IgA mais conhecida é a chamada doença celíaca, que consiste em uma intolerância ao glúten (proteína encontrada no trigo). Contudo, intolerâncias do mesmo tipo (IgA) a proteínas presentes em laticínios, ovos e soja também são muito comuns em portadores de Hashimoto. Tais intolerâncias frequentemente são confundidas com outras síndromes de absorção alimentares menos severas. Por exemplo: Quando comentei com minha instruída amiga farmacêutica que eu tinha intolerância a laticínios, ela disse "Oh, eu também sou intolerante a lactose. Você não pode simplesmente tomar um Lactaid®

De fato, a intolerância a lactose e a intolerância a proteínas do leite são duas coisas completamente diferentes. A lactose é um açúcar do leite, e a habilidade de digeri-lo depende de a pessoa possuir uma enzima chamada "lactase" ou uma bactéria intestinal capaz de digerir leite e açúcar. A intolerância a lactose pode causar inchaço, diarreia, etc, mas não causa inflamação ou dano ao tecido intestinal. 

Uma descrição mais acurada de uma reação alimentar relacionada ao IgA pode ser "Reação Intestinal Inflamatória Autoimune Mediada por Proteína" [em inglês: Protein-Mediated Autoimmune Intestinal Inflamatory Reaction (PAIR)].

Laticínios foram um grande problema para mim! Você pode ler a história aqui (em inglês).

Resumindo, se você tem Hashimoto e não está melhorando com uma dieta livre de glúten, é necessário cavar mais fundo e considerar outras proteínas que possam estar impedindo a capacidade de regeneração do seu organismo.

NOTA: Estas declarações não foram avaliadas pela FDA (Food and Drug Administration) e não têm a intenção de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença."

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

6 possíveis causas para a Tireoidite de Hashimoto


"SEIS DIFERENTES CAUSAS RAIZ PARA A TIREOIDITE DE HASHIMOTO


Eu costumo receber mensagens de pessoas com Hashimoto e outras condições autoimunes dizendo "agradeço seus esforços, mas eu já tentei de tudo. Já cortei glúten, lactose e soja e ainda tenho Hashimoto. Como o seu livro pode me ajudar?"

Embora mudar sua dieta seja um primeiro passo importantíssimo que ajudará muitas pessoas, se você não vir uma remissão completa da sua condição num período entre 3 e 6 meses, eu te encorajo a cavar mais fundo. Alterar minha dieta foi um passo muito importante na minha jornada de recuperação, mas foi apenas o início.

Dr. Alessio Fasano, um gastroenterologista especialista em doença celíaca e autoimunidade mundialmente reconhecido descreve a autoimunidade como banquinho de três pés, algo que precisa que três coisas estejam presentes para se manifestar:

1. A predisposição genética
2. O gatilho
3. Permeabilidade intestinal

Apesar de não podemos mudar nossos genes, é possível reverter uma condição autoimune removendo os gatilhos e a permeabilidade intestinal.
(Você pode ler sobre esse novo avanço no estudo sobre a autoimunidade [em português, aqui no blog] e como eu encontrei essa informação aqui [em inglês] )

O Dr. Fasano usa o exemplo da doença celíaca para explicar esse fenômeno. A doença celíaca é uma condição autoimune única, em que o glúten age tanto como o gatilho, quanto como a causa da permeabilidade intestinal! Uma vez removido o glúten, o corpo pode se curar e regenerar.

As infecções tem sido apontadas como gatilhos em muitos casos de autoimunidade, e identificá-las e removê-las pode resultar em uma completa remissão da condição autoimune. Você pode ler mais sobre infecções aqui [em inglês].

Embora nem sempre possamos identificar e remover todos os gatilhos, como, por exemplo, o Vírus Epistein Barr (causador da mononucleose), uma outra opção é consertar a permeabilidade intestinal. Isso permitirá muitas pessoas a colocarem suas condições [autoimunes] em remissão, já que o"banquinho de três pernas" da autoimunidade [- com uma perna a menos -] não poderá mais se sustentar!

Com base na minha pesquisa ao longo dos últimos quatro anos, eu gostaria de compartilhar com vocês 6 possíveis causas raiz da permeabilidade intestinal. É claro que existem muitas outras, mas essas seis são um bom ponto de partida [para começar a investigação]:


Observação: alguns de vocês podem ter mais de uma causa raiz, e eu te encorajo a cavar mais fundo!



1. Sensibilidade ao Glúten


A doença celíaca e a sensibilidade ao glúten vem sendo relacionadas a várias condições autoimunes, desde doenças como Hashimoto e Graves, até Artrite Reumatóide. Diversos testes podem ser feitos para determinar se alguém sofre de doença celíaca/sensibilidade ao glúten, no entanto, essas condições podem nem sempre aparecer nos resultados dos exames. Algumas pessoas não descobrem sua sensibilidade ao glúten até decidir retirá-lo da dieta* 
*[N.T.  por conta do bem estar que sentem sem ele, concluem que existe a sensibilidade]

A sensibilidade ao glúten pode ser a única causa raiz em alguns casos, ou pode ser uma dentre outras causas. Todas as pessoas com alguma condição tireoideana autoimune deveriam retirar o glúten da dieta, pois até mesmo naquelas que não têm doença celíaca ou sensibilidade ao glúten, essa substância pode causar permeabilidade intestinal.

Se o glúten era a única causa raiz, a pessoa deve notar uma completa remissão dos anticorpos tireoideanos e a função de sua tireoide pode até mesmo se normalizar num período de 3 a 6 meses! Se não for esse o caso, é necessário cavar mais fundo...

Tratamento: bem direto ao ponto... Fazer exames que possam constatar doença celíaca ou sensibilidade ao glúten e remover essa substância da sua dieta.

Você pode ler mais sobre o glúten e doenças relacionadas neste link [em inglês]


2. Sensibilidade ao Glúten e Proteínas que causam Reação Cruzada


Além da sensibilidade ao Glúten, portadores da Tireoidite de Hashimoto também podem reagir a diversas outras proteínas, inclusive grãos como arroz, quinoa e milho. Alguns especialistas, como o Dr. Wiliam Davis, autor do livro "Barriga de Trigo", sustentam a teoria de que o organismo humano não se desenvolveu para a ingestão de "gramas", como trigo, arroz ou milho. 

Outras pessoas podem reagir a laticínios, nozes, sementes, os alimentos chamados "nightshades"(ou solanáceos, por se tratarem de plantas da família Solanaceae. Por exemplo: tomates, batatas, beringela, pimentão...).


Alguns laboratórios podem oferecer outras opções de testes para sensibilidades alimentares.



Tratamento de escolha: Realizar testes de sensibilidade, dietas eliminatórias, Dieta Paleo (também conhecida como a "dieta do paleolítico"), Dieta Paleo Autoimune, e, em alguns casos, o rodízio entre dietas pode trazer benefícios. É extremamente positivo trabalhar em conjunto com um(a) profissional de nutrição (nutricionista, nutrólogo) nesses casos. Os suplementos que auxiliam o restabelecimento do revestimento intestinal também podem ser benéficos. As enzimas sistêmicas podem prevenir reações a novos alimentos e reduzir as que já existem.


Dois dos meus livros de receitas favoritos para esses tipos de dietas podem ser encontrados nos links abaixo [ambos em inglês]:

Autoimmune Paleo Diet 



3. Deficiências de Zinco e/ou Glutamina


O Zinco e a Glutamina estão entre as substâncias necessárias para a reconstrução do revestimento intestinal. Em períodos de estresse, o corpo retira essas substâncias do intestino e as utiliza para outras finalidades, como, por exemplo, a produção de hormônios adrenais.


Na maioria das vezes, essas substâncias tornam-se disponíveis para nós através da alimentação, e as coisas voltam ao normal depois que o período estressante termina, de modo que o revestimento intestinal é reconstruído com novos ingredientes.
Entretanto, isso se torna um problema para pessoas sob estresse prolongado, com baixas quantidades de ácido estomacal (que é necessário para extrair o Zinco das proteínas) ou que seguem dietas com baixas quantidades de proteína animal, incluindo vegetarianos e veganos, tendo em vista que a glutamina é, primordialmente, encontrada nas proteínas de origem animal (inclusive ovos e laticínios).

Alguns indivíduos que seguia dietas vegetarianas/veganas e reintroduziram proteínas de origem animal de volta em sua alimentação conseguiram colocar a Tireoidite da Hashimoto em remissão. Eu acredito que isso se deve ao fato de que a Glutamina e outros ingredientes tornaram possível a reconstrução do revestimento intestinal dessas pessoas. 

Soluções para essa causa raiz:  suplementação da Glutamina, suplementação do Zinco, caldos [à base] de ossos, gelatina, carnes bem cozidas, Betaína com Pepsina (enzimas digestivas que ajudam a extrair o Zinco dos alimentos), e qualquer uma das dietas densas em nutrientes citadas neste post.


Observação: Outros nutrientes, como a Vitamina D, também são necessários para o adequado funcionamento da barreira intestinal. A maioria dessas intervenções e suplementos irá ajudar praticamente todo mundo que tem Hashimoto. Eu mantenho uma list de suplementos recomendados aqui [em inglês]



4.Parasitoses


Você pode achar que os parasitas só estão presentes em países do "terceiro mundo", com populações mal nutridas. Não é bem assim. Dependendo das fontes, 30-70% da população dos EUA pode estar infectada com parasitas. Os atuais métodos de detecção deixam passar muitos parasitas e, honestamente, quantos de vocês têm sido rotineiramente testados para parasitoses?



Um parasita intestinal pode causar um tremendo dano e tem a capacidade de causar permeabilidade intestinal, sensibilidades alimentares e doenças autoimunes. Se você desenvolveu sua condição autoimune após um período prolongado de estresse, eu recomendo fortemente que faça exames [para testar possíveis parasitoses], já que o estresse nos torna mais suscetíveis a parasitas.


Infelizmente, as dietas são uma solução de curto prazo. Pessoas infectadas por parasitas costumam ter diversas sensibilidades alimentares que persistem, independentemente do que comam ou deixem de comer. É possível que, inicialmente, o indivíduo sinta-se melhor depois de remover alimentos sensibilizantes, mas logo voltará a se sentir mal, uma vez que novos alimentos passarão a causar reações. Você pode estar seguindo a dieta perfeita, tomando um monte de suplementos, mas se tiver uma parasitose, nada disso importa: você não vai conseguir se recuperar totalmente. 

Existem muitos tipos de parasitas, incluindo lombrigas, amebas e protozoários. Diferentes tratamentos funcionam para diferentes parasitas, de modo que, embora tomar um antiparasitário de amplo espectro possa ajudar, eu prefiro descobrir os tipos específicos através de exames mais avançados, como, por exemplo, o GI Effects Profile* (Perfil de Efeitos Gastro Intestinais) ou BioHealth Labs 401H* . Para casos de parasitoses em doenças autoimunes, eu costumo utilizar a abordagem "culpado, até que se prove o contrário", pois já vi muitas pessoas com 5 ou até mesmo 10 exames negativos para parasitas, até sair o resultado de um dos exames acima mencionados, testando positivo. 
*[N.T.: Não sei se esses exames estão disponíveis no Brasil e, caso estejam, como são chamados por aqui. Se alguém souber, por favor, deixe essa informação nos comentários :)] 

Você pode ler mais sobre a abordagem da medicina funcional em relação à tireoide aqui [em inglês].

Solução temporária: probióticos, dietas pobres em carboidratos e outras como a Dieta Paleo Autoimune fazem com que seja mais fácil, para nós, tolerar a sintomatologia das parasitoses, mas isso não vai resultar na eliminação dos parasitas ou da condição autoimune.

Solução: ervas antiparasitárias indicadas para o parasita em questão, medicações antiparasitárias específicas, alguns suplementos, o probiótico S Boulardii e dietas com baixas quantidades de carboidratos também ajudam. 


5. Supercrescimento Bacteriano do Intestino Delgado* - SIBO (sigla do inglês "Small Intestinal Bacterial Overgrowth")

*[Você pode ver um pequeno artigo acadêmico - em português - sobre o assunto neste link]

SIBO consiste em uma superpopulação das bactérias do intestino delgado, que pode ser causada pelo uso indevido de antibióticos, consumo de alimentos ricos em amidos, entre outros fatores. A SIBO resulta na permeabilidade intestinal, na medida em que organismo tenta se livrar do excesso de bactérias.

Exames: A SIBO pode ser detectada através de testes respiratórios [link em português, eba! Ver também esse outro link aqui]


Opções de Tratamento: antibióticos, ervas antimicrobianas, dietas elementares e outras como a Dieta do Carboidrato Específico, dietas não-fermentativas (também conhecidas como dietas Low FODMAP'S )* e dieta GAPS são tratamentos de escolha para a SIBO. 
*[Links sobre isso - em português! - aqui e aqui]


6. Infecções por Fungos


O fungo Candida albicans (também causador da candidíase) pode causar permeabilidade intestinal e tem sido relacionado a doenças autoimunes e sensibilidades alimentares. A nutricionista holística Liz Shau fez a gentileza de compartilhar a história de como sua Tireoidite de Hashimoto entrou em remissão depois que ela superou seu problema com a Candida. Leia a história dela neste link [em inglês] 

Exames: Testes intestinais, como o GI Effects profile , podem ajudar a determinar se há um supercrescimento de Candida nos intestinos.

Tratamento:  Probióticos, ervas e medicamentos antifúngicos, dietas anti-candida, como, por exemplo, a dieta Body Ecology . Você pode ler mais sobre a minha experiência com esta última dieta aqui [em inglês] .

Afinal, qual é a sua causa raiz?

Eu te encorajo a esmiúçar (dig at it! - artigo já traduzido aqui no blog). A causa raiz nem sempre é a mesma para todas as pessoas e eu escrevi meu livro para te ajudar a descobrir isso! Eu trato de cada uma das causas mencionadas acima com mais detalhes. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Cure seu intestino, cure seu corpo - o programa dos 4 R's


"AME SEU INTESTINO, CURE SEU INTESTINO, CURE A SI:

Você sofre de alergias sazonais, ganho de peso, desequilíbrios hormonais, oscilações de humor ou de alguma doença autoimune? Se sua resposta foi sim, você pode ter um intestino permeável. Nos Estados Unidos, os Institutos Nacionais da Saúde (National Institutes of Health - NIH) estimam que cerca de 70 milhões de indivíduos sofrem de problemas digestivos: gases, inchaço, azia, diarreia, constipação e náuseas. No campo da medicina funcional, acreditamos que esses sintomas podem ter origem no intestino, embora seus efeitos sejam sistêmicos e possam afetar todo o corpo. Nós acreditamos que o intestino é o núcleo central da nossa saúde, de modo que é essencial ter um intestino saudável para que seja possível ter um organismo saudável.

Tem tudo a ver com o intestino!
Um sistema digestivo (intestino) que esteja funcionando adequadamente é fundamental para uma boa saúde. Na realidade, cerca de 60-80% do nosso sistema imunológico está localizado nos intestinos e 90% dos nossos neurotransmissores (substâncias químicas responsáveis pela regulação do humor) como, por exemplo, a serotonina, também são originadas no intestino. Problemas no trato gastrointestinal podem causar mais do que apenas dores de estômago, gases, inchaço ou diarreia: eles podem ser a causa raiz de muitos problemas de saúde crônicos. Desequilíbrios intestinais ou problemas relacionados a um intestino permeável têm sido relacionados a desequilíbrios hormonais, doenças autoimunes como artrite reumatóide, tireoidite de hashimoto, diabetes, fadiga crônica, fibromiagia, eczema, rosácea e até mesmo depressão, apenas para apontar alguns exemplos.

Ame seu intestino! Cure seu intestino!
Em medicina funcional, nós utilizamos uma abordagem simples que chamamos de "Programa dos 4R" para curar seu intestino.

Programa dos 4R:

1. Remover
Remova o que é ruim. O objetivo é se livrar das coisas que afetam negativamente o ambiente do trato gastrointestinal (GI), tais como alimentos inflamatórios, infecções e substâncias que irritam o sistema gástrico como álcool, cafeína ou drogas.
Alimentos inflamatórios como glúten, lactose, milho, soja, ovos e açúcar podem levar a sensibilidades alimentares. Eu recomendo o Método Myers e o teste IgG food sensitivity para determinar se algum tipo de comida é problemático para você. Infecções podem ser causadas por parasitas, leveduras ou bactérias. Uma análise compreensiva das fezes é a chave para determinar os níveis de bactérias boas, assim como eventuais infecções que possam estar presentes. Remover as infecções pode requerer tratamentos com ervas, medicamentos antiparasitários, medicamentos  e suplementos antifúngicos e até mesmo antibióticos.   


2. Realocar
Realoque o que é bom. Acrescente de volta os ingredientes essenciais para uma digestão e absorção adequadas, que podem ter sido empobrecidos ou esgotados por conta da dieta, drogas ou remédios (como, por exemplo, medicamentos antiácidos), doenças ou pelo simples avanço da idade. Isso inclui enzimas digestivas e ácidos biliares, que são necessários para uma boa digestão. 

3. Reinocular
Restaurar a flora intestinal para restabelecer um equilíbrio saudável de bactérias boas é primordial. Pode-se conseguir isso tomando um suplemento probiótico que contenha microorganismos benéficos, como, por exemplo, as espécies bifidobacteria e lactobacillus. Eu recomendo algo em torno de 25 a 100 bilhões de unidades ao dia. Além disso, a ingestão de prebióticos (que podem ser obtidos por meio do consumo de alimentos ricos em fibras solúveis ou  em forma de suplementos industrializados em cápsulas) também é importante. 

4. Reparar
Fornecer os ingredientes necessários para ajudar o intestino a se reparar é essencial. Um dos meus suplementos favoritos é a L-Glutamina, um aminoácido que ajuda a rejuvenescer o revestimento da parede intestinal. Outros nutrientes chave incluem zinco, omega 3 proveniente do óleo de peixes, vitaminas A, C e E, além de ervas como o Olmo e a Aloe Vera (também conhecida como Babosa)

Não importa qual seja o seu problema de saúde, o Programa dos 4R certamente irá ajudar você e seu intestino a se recuperarem. Eu já testemunhei reversões dramáticas de doenças crônicas e inflamatórias em um curto período de tempo, apenas utilizando essa simples abordagem. 


RECEITA FÁCIL!

Meu "smoothie recuperador de intestino" favorito!

1/2 - 1 xícara de leite de amêndoas
1/4 colher de chá (100 bilhões de unidades) de probiótico
1 medida (5000mg) de L-Glutamina
3 talos de couve vermelha
3 talos de couve lacinato (também conhecida como "couve dinossauro")*
1/2 xícara de mix orgânico congelado de frutas vermelhas (amoras, framboesas e morangos)
2 medidas de proteína em pó

Bata no liquidificador e está pronto!

* N.T. - Se for difícil encontrar essa couve, acredito que possa ser substituída pela couve verde "tradicional".


- Mais em:

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Sinais de que você tem uma doença autoimune e como revertê-la


"As condições autoimunes afetam mais de 50 milhões de americanos, dentre os quais um alto percentual é formado por mulheres. Na verdade, eu mesma fui diagnosticada com uma doença autoimune chamada Graves. As doenças autoimunes estão entre as 10 causas de óbito de mulheres em idades inferiores a 65 anos. Elas vem em diferentes variações, incluindo artrite reumatóide, diabetes tipo I, doenças da tireóide, lupos, psoríase, esclerose múltipla, etc, causando muitos tipos de sintomas em todo o organismo, com naturezas que podem ir de suaves a severas. Mas o que são [doenças autoimunes], o que as causa e como tratá-las?

O que são doenças autoimunes?

Embora existam muitos tipos diferentes de doenças autoimunes e elas possam afetar diferentes orgãos, todas são similares em sua essência, no sentido de que são uma resposta autoimune causada por uma inflamação sistêmica que leva o corpo a atacar a si mesmo. Seu sistema imunológico tem uma forma muito sofisticada de manter seu organismo seguro, que o leva a identificar todas as substâncias estranhas que entram em seu corpo ou com as quais você tem contato. Caso julgue algo perigoso, seu sistema imunológico produzirá anticorpos para destruir os intrusos.

As doenças autoimunes surgem quando seu organismo está trabalhando duro para se defender de algo potencialmente perigoso, como um alérgeno, uma toxina, infecção ou mesmo um alimento, e não consegue diferenciar o intruso de partes do seu próprio corpo. Confundindo alguns tipos de tecidos com substâncias prejudiciais, seu corpo lança estes anticorpos contra si mesmo, causando estragos a seus órgãos.

O que causa doenças autoimunes?

Existem muitos fatores subjacentes que podem levar alguém a desenvolver uma condição autoimune. Certamente existe um componente genético, mas o "acionamento" ou manifestação de tais genes na realidade é causado por uma série de outros fatores, como toxinas de metais pesados como mercúrio ou micotoxinas do mofo, infecções como candidíase e vírus como Epstein-Barr e herpes simplex e, mais significativamente, inflamações crônicas ligadas a sensibilidades alimentares - particularmente  intolerância ao gluten. Existe uma correlação significativa entre doenças autoimunes e intolerância ou sensibilidade ao gluten.

Sinais de que você pode ter uma doença autoimune:

Se você está experimentando alguns desses sintomas, especialmente se for uma combinação severa deles, é possível que você tenha uma doença autoimune.

1. Dor nas juntas, dores musculares, fraqueza ou tremores
2. Perda de peso, insônia, intolerância ao calor e/ou batimentos cardíacos acelerados
3. Sensação de cansaço ou fadiga, ganho de peso e/ou intolerância ao frio
4. Queda de cabelo ou manchas brancas na pele ou no interior da boca
5. Dor abdominal, sangue ou muco nas fezes, diarreia ou úlceras na boca
6. Secura dos olhos, boca ou pele
7. Dormência ou cãibras nas mãos ou pés
8. Diversos abortos ou sangramentos durante uma gravidez

O que fazer se você suspeitar que tem uma doença autoimune?

Caso suspeite que tem uma doença autoimune, os passos mais importantes para conseguir parar e reverter a doença e seus sintomas são identificar e tratar a causa subjacente. Médicos convencionais tendem a tratar somente os sintomas das doenças autoimunes e não tentar procurar a causa raiz. Com frequência, eles prescrevem medicações anti inflamatórias, esteróides ou imunossupressores. O problema destes tratamentos é que eles não conseguem atingir a causa primária da condição e embora possam ser eficazes a curto prazo, eles não são uma solução a longo prazo.
Tratamentos envolvendo drogas imunossupressoras podem aumentar o risco de infecções graves e até mesmo câncer quando tomadas por muito tempo.
Identificar que doença autoimune está te afetando pode ser um processo difícil. Os sintomas podem ser vagos e essas condições podem se apresentar de muitas formas diferentes, afetando a tireóide, o cérebro, a pele ou outros órgãos. Trabalhar junto com um especialista em medicina funcional que possa analisar o histórico médico da sua família, entender seus fatores de riscos para infecções, sensibilidade a alimentos e toxinas, bem como prestar atenção no que você diz para descobrir como todos os seus sintomas se relacionam e determinar que exames devem ser feitos é uma parte essencial para descobrir a causa raiz de sua condição e ajudar no processo de recuperação.

Qual é a minha abordagem para tratar e reverter doenças autoimunes?

Minha abordagem com pacientes que sabidamente tem ou suspeitam ter uma doença autoimune é imediatamente estabelecer uma dieta de eliminação compreensiva, removendo os "top 12" alimentos inflamatórios de seu cardápio. Eu também recomendo que, se acharem que podem, eles removam todos os grãos e leguminosas da dieta. As lectinas presentes nos grãos e legumes tem sido relacionadas a doenças autoimunes.
Eu solicito um exame de fezes abrangente para verificar os níveis de bactérias boas, além de procurar por sinais de infecções e permeabilidade intestinal. E então eu aplico a Abordagem dos 4R da medicina funcional para curar o intestino. Isso é essencial! Mais de 80% do seu sistema imunológico está no intestino. Se você tem uma doença autoimune, então, por definição, você tem um intestino permeável que precisa ser reparado. Caso contrário, você não vai conseguir reverter sua condição.
Eu verifico os níveis de diversos anticorpos nos exames de sangue e procuro por infecções subjacentes. Depois de tudo isso, se os sintomas ainda não tiverem se resolvido, eu procuro por toxinas ocultas, como mercúrio e micotoxinas. Se encontrarmos metais pesados, eu geralmente encaminho o paciente para um tratamento de quelação oral. Se encontrarmos micotoxinas, eu peço que o paciente trate do ambiente de sua casa (p. ex: fungos, mofo, etc).
Eu sei, por experiência própria, como pode ser pesado, confuso, assustador receber o diagnóstico de uma doença autoimune. Eu também sei que a medicina tradicional oferece tratamento para os sintomas, mas não uma solução real para a doença.
Eu recomendo que você procure um profissional de medicina funcional para ajudar a descobrir a causa raiz da sua doença e ajudar a reverter sua condição. Isso é possível.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Diário de Gratidão - Corpo são & Mente Sã

Oi gente, tudo bem? :)
Eu fiquei num dilema tentando decidir se fazia esse post ou não, porque o propósito básico do blog é o compartilhamento de traduções dos artigos médicos/científicos publicados em inglês sobre hashimoto, autoimunidade e etc. Mas no fim das contas achei que gerar um pouquinho de conteúdo próprio uma vez ou outra não faria mal, por isso decidi inaugurar essa coluna aqui no blog ("Corpo são, Mente sã"), pra compartilhar esse tipo de ideias com vocês. 

Eu não costumo fazer listinhas com "promessas" de ano novo. Poucas foram as vezes que me lembro de ter tido uma meta clara estabelecida pro ano seguinte. Na virada do ano anterior ao que eu faria vestibular, por exemplo, estabeleci como objetivo passar pra faculdade e curso que eu queria. Mas foi um caso excepcional, normalmente eu tendo a deixar o ano rolar e vendo o que ele me traz (aquariana aqui! o/ haha). Mas nessa virada de 2015 eu decidi me propor a cuidar mais da saúde - tanto física, quanto mental (porque, afinal de contas, uma inevitavelmente interfere na outra). E o "Diário de Gratidão" foi meu primeiro passo nesse sentido, algo que comecei desde o dia 1 de janeiro e pretendo manter ao longo do ano inteiro. O conceito é bem simples: 

Diariamente, anote em um caderninho as coisas boas que aconteceram no seu dia ou algo pelo qual você seja grata. Procure não repetir temas, mas anotar algo diferente sempre. E não deixe de escrever, mesmo naqueles dias péssimos, em que parece que tudo da errado, simplesmente encontre algo na sua vida pra agradecer, seja ter uma casa para se abrigar, o ar que você respira, enfim... E isso ajuda a ver que por mais difíceis que sejam alguns momentos que passamos, ainda temos muitos motivos para nos sentirmos felizes e gratos. Isso é algo que independe de religião. Não faz diferença se você está se sentindo grato a Deus, ao universo, aos anjos, espíritos de luz ou orixás, a a Shiva ou Zeus ou mesmo se você é ateu... Cada um no seu quadrado. O mais importante é o sentimento de gratidão em si e a consciência de que, apesar dos problemas, nossa vida é, sim, cheia de coisas boas que merecem ser notadas, reconhecidas e registradas. 
E ajuda bastante, quando estamos tendo aqueles dias especialmente pra baixo, reler tudo o que já escrevemos e perceber o tanto de coisas boas que nos acontecem, algumas tão pequenas que se não tivessemos anotado provavelmente nem lembraríamos mais, mas que na hora que aconteceram nos fizeram sorrir e ajudam a fazer a gente se sentir melhor ao recordar. Use canetinhas coloridas, faça pequenos desenhos, quanto mais "fofo" e alegre seu diário ficar, melhor!

Sei que já estamos no meio pro fim de janeiro, mas ainda dá tempo de começar. Dá até pra fazer anotações retroativas: já que estamos no dia 20 de janeiro, se proponha a fazer uma lista de 20 coisas boas que já te aconteceram esse ano ou 20 coisas na sua vida pelas quais você é grata. E a partir de amanhã, siga fazendo as anotações diárias. 

Como eu disse, é um gesto super simples, mas que ajuda bastante a melhorar nossa vibe de um modo geral. Fica a dica :) 

Beijos e feliz 2015!

PS: Já, já vou postando mais traduções.